Nessa época, constantemente surge uma vozinha que nos diz: ano que vem vou fazer tudo diferente. Mas o que é tudo diferente mesmo? Queremos começar novos hábitos, novos projetos, novas aventuras, mas muitas vezes não temos clareza do que realmente precisamos.
Acredito que a melhor forma de se planejar para o novo ano ~ e fazer tudo diferente ~ é compreender o que precisamos expandir da nossa essência, porque assim todo o resto se ajeita ~ projetos, profissão, amores, família, saúde e lá vai. Convido vocês a serem um pouco Eremitas nesse final de ano, sabendo que qualquer planejamento precisa de introspecção, mas também de fluidez.
3, 2,1: Roda da Fortuna Girando
Quando as mulheres e homens chegam à lua, olham para nós na terra. Não seria a vida uma questão de perspectiva? Se as coisas vão mudar, se os laços vão se romper, se a visão irá eventualmente ser outra, para que tanto controle? A dica do tarô é: o melhor planejamento para 2019 é saber que por mais que ele seja eficiente, é impermanente. A roda da vida vai girar, querendo você ou não.

Planejando 2019 ~ Você tem fome de que?
Será que vale desejar muito fazer uma viagem só porque outra pessoa está fazendo? Será que vale você declarar intenções puramente materiais? Minha sugestão para 2019, antes de sairem anotando mil coisas em bullet journals, metas empreendendoras, caderno dos sonhos, sei lá o que, é que vocês primeiro se conheçam, para planejar outro tipo de intenção ~ desenvolvimento pessoal, amores.
EU TENHO FOME DE QUE? A pergunta que devemos nos fazer a cada instante. Encontrei-a no livro “Mulheres que Correm com Lobos”, mas sinceramente acho que vale para todos os gêneros. Muitas vezes, estamos caminhando e, ao encontrarmos uma torta de limão nos empanturramos. Mas talvez nosso desejo era de uma torta de morangos com caramelo salgado. Seguimos nosso caminho e de repente, uma tigela de quindim faz, novamente, comermos até não podermos mais. Assim, continuamos nosso caminho, alimentando-nos daquilo que verdadeiramente não gostaríamos. A pergunta: “Eu tenho fome de que?” precisa ser respondida a todo segundo. Ela é urgente porque faz consultarmos nossa intuição. Não precisa ser usada apenas em decisões grandiosas, pode ser: “tenho fome de ir ao cinema?”, “tenho fome de conversar com uma amiga?”, “tenho fome de ir ao bar?”, “tenho fome de beijar alguém?”. Descobrir do que se tem fome a cada instante já é um grande passo na liberação da auto-sabotagem. Do contrário, vamos comendo qualquer coisa que nos exibem no grande buffet da vida.
Vamos planejar de dentro?

Aprendi este exercício um tempo atrás e acho que pode ajudar você expandir sua essência antes de sair como um elefante desgovernado fazendo mil coisas e projetos… passo-a-passo:
- Comece criando um espaço especial para que você possa se conectar com você mesma. Pode ser com almofadas no chão, pilha de travesseiros na cama, uma música que te inspira, um cheiro que te faz bem, uma bebida que te abraça ou até uma caminhada por aí. Esse espaço é só seu e, por isso, é muito sagrado =}
- Crie um espaço no seu corpo e na sua mente também, com uma boa respiração. Permita que sua consciência relaxe. Preste atenção no que você está sentindo, pensando e nos detalhes ao seu redor.
- Agora, reflita sobre seu ano de 2018. O que você fez e gostou? O que você tentou fazer e não conseguiu? Que pessoas cruzaram seu caminho? Se você não tem uma memória muito boa, faça uma linha do tempo para isso, escrevendo, mês a mês, situações e experiências marcantes. Pense sobre elas.
- Divida uma folha de papel em quatro quadrantes. No primeiro, escreva: “Gosto e Faço”. No segundo, escreva: “Gosto e não faço”. No terceiro, escreva: “Não gosto e faço”. No quarto, escreva: “Não gosto e não faço”. Com base no que você refletiu sobre o ano de 2018, preencha cada um dos espaços a partir das coisas que você fez e não fez ao longo do ano. Não só com ações, por exemplo, “gosto de escrever”, mas com emoções, “gosto de me sentir inspirada por livros” ou então “não gosto da forma que eu me irrito com determinadas pessoas”.
- Contemple os seus quadrantes preenchidos. Será que você tem feito aquilo que gosta de fazer? Será que aquilo que você não gosta de fazer pode te dar pistas sobre as transformações que você precisa encarar em 2019? Quais foram as ações e emoções que você lembrou e mais te chamaram atenção?
- Permita que essa reflexão amadureça, isso pode demorar minutos ou dias. Então, em outro momento, estabeleça finalmente um planejamento para o próximo ano. Selecione algumas das ações e emoções para você transformar numa meta possível. Se você gosta de escrever e não escreve, por exemplo, isso pode se transformar no objetivo de fazer um curso de escrita ou então reservar uma hora do dia para escrever, por exemplo. Se você não gosta da forma como você se irrita com determinadas pessoas, você pode buscar soluções que te ajudem a trabalhar isso ~ talvez uma terapia, um exercício para canalizar o aborrecimento, uma solução que te lembre o quanto não vale a pena brigar por certas coisas.
- Não precisa criar metas megalomaníacas, elas podem ser sutis! O importante é você criar um planejamento do ano que irá partir da sua experiência, reflexão e sabedoria e não de algo que você acha que tem que fazer porque todo mundo está fazendo.

Lembrem-se que há várias outras ferramentas para você planejarem um ano através do autoconhecimento ~ como com as próprias cartas do tarô, mapa astral, meditações e lá vai. Independente da ferramenta que utilizarem, orientem-se em responder a pergunta “Eu tenho fome de que?” e deixem a roda girar. Ela eventualmente vai sair do lugar.
Feliz ano novo para vocês,
Júlia
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