Aprender a jogar tarô é tipo um grande e bonito relacionamento. Mas, será que você tem que ser médium para começar? Quais os segredos para entender as cartas de dentro para fora? Que tipo de habilidades é preciso? Se você se pergunta coisas parecidas e não sabe por onde começar essa maravilhosa jornada, acho que posso te ajudar. A seguir, alguns passos simples para os iniciantes no mundo do tarô.
Encontrou seu deck?
A primeira coisa que você precisa para começar é um deck, o nome dado para um jogo de baralho de tarô. Por exemplo, eu comecei com o Waite-Smith Tarot Deck e sinto que ele conversa comigo de uma forma profunda como nenhum outro deck que peguei em mãos se comunicou. Mas, pode ser que você se identifique com outros tipos de baralhos, como o Lenormand, Marselha, Golden ou talvez algo mais contemporâneo, como o The Wild Unknown e o Prisma Visions. Por isso, encontre seu deck, aquele que você sente do fundo do coração que vai conversar com você, porque BATEU algo quando você olhou para ele. É tipo amor à primeira vista, atração que você não consegue explicar, mas são as cartas já operando uma conversa de um grande relacionamento. Não deixe que ninguém te influencie – fuja da ideia de comprar “o melhor”, o “mais adequado” ou “qualquer um”. Tem que ser especial para poder conversar com você.
Mergulhe nas cartas
Com o seu deck em mãos, é momento de entender melhor o que as cartas querem te dizer. Antes de ler os materiais que acompanham o deck, sejam eles livros completos ou não, busque observar as cartas e perceber o que elas te despertam. Como elas são? Que história querem contar? Quais sensações provocam? Que relações você pode fazer entre elas? Nesse primeiro contato, é legal escrever sobre o que cada uma das cartas está te sussurrando. Outra técnica é colocar cada uma das cartas, uma de cada vez, à sua frente e meditar com a energia que te passam. Depois você pode comparar o que sentiu e anotou com as explicações dos livros ou materiais online, como meus textos sobre A Jornada da Louca. Essa etapa de mergulho não precisa ser rápida. Lembre-se de dar o tempo que você sente que precisa para que o aprendizado aconteça.
Querido diário
Agora, é momento de você começar o seu diário pessoal para poder mergulhar ainda mais nas cartas. Todos os dias, pela manhã, pergunte ao seu deck: “Quais as energias do dia de hoje?” e tire uma carta. Anote ela em algum lugar e, no fim do dia, perceba como ela se conecta com os acontecimentos, sensações e pensamentos que você teve ao longo do dia. Nesse processo, pode procurar nos seus livros de apoio ou materiais online explicações que te ajudem a compreender as dimensões da carta que você tirou. Geralmente, as cartas tem mais de um significado e variam de acordo com o contexto, pessoa ou energia que está operando no momento. Se você gosta de astrologia, é legal também relacionar com os trânsitos planetários do dia. Depois de um mês, você vai estar entendendo muito mais as cartas, porque você estabelece assim conexões com suas experiências e emoções, tornando elas únicas para você.
Simplesmente jogue
Jogar tarô não requer mediunidade ou uma espiritualidade fora do comum. Ao contrário, as cartas são uma ferramenta para exercitarmos nosso eu espiritual, que tem muito mais haver com nossa sabedoria interior do que com uma religião ou algo do além. Elas são um instrumento poderoso para exercitarmos a intuição, que, no mundo ocidental-capitalista, parece ter se atrofiado. Assim, a sabedoria interior é a grande porta que se abre a partir das perguntas que o tarô responde. É como se fosse a academia da alma. Por isso, jogue sem receio. O importante é estar aberto para conversar com as cartas. Para começar, é melhor fazer pequenos jogos de uma, duas, três cartas, como “passado – presente – futuro” ou respondendo uma questão específica. Com menos cartas na mesa, você vai conseguir aprofundar mais nas que tirou e lapidar sua intuição.
Será que consegui te ajudar? Espero que sim. Espero que o tarô possibilite que sua intuição voe e palpite do coração para sua mente, como uma leal amiga que sabe das coisas.
Beijos estelares,
Júlia
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